22 de jun. de 2010

Melhor ou Maior?

São João em Campina Grande: paralelos e convergências Piauí/Paraíba

 Foto: Lívia Moura

Olha pro céu, meu amor: uma imensidão de bandeirolas verdes, amarelas, azuis e brancas de fazer inveja a Alfredo Volpi rodeiam o teto ornamentado pela santa tríade junina: São João, São Pedro e Santo Antônio.

Enquanto em Teresina, o festival municipal Cidade Junina é menor e adiantado segundo os organizadores por causa dos jogos da Copa do Mundo, Campina Grande, na Paraíba, pinta o seu “Maior São João do Mundo” com as cores da bandeira brasileira, abrindo espaço para quem quiser comemorar as vitórias da seleção à noite, no Parque do Povo.


O que faz a cidade levar o título de Maior São João do Mundo?! O colorido intenso e florido de todas dos numerosos corredores de barracas e a quantidade de fitas e bandeirinhas ofuscam minha objetividade. Será porque Campina possui o poder de lançar uma havaiana própria com a logomarca da festa? “O de Caruaru é maior, vai por mim”, alertam meus amigos mais viajados. Os próprios habitantes, pelo menos os da República de estudantes na qual fiquei alojada, nem defendem muito a alcunha: “Rápaz, vocês tão achando grande só porque é a primeira vez que vêem aqui. Já foi bem melhor...”. Melhor ou maior?! Fiquei com a pergunta na cabeça.


Será pela pesquisa ao lado da festa?

Pólo tecnológico da região Nordeste, a cidade ofereceu no início do mês de junho ao lado dos eventos culturais no Parque do Povo, um encontro de pesquisadores do folclore que tem como principal tema as tradições juninas da região Nordeste promovido pela Universidade Estadual da Paraíba. Já na sétima edição, o Seminário de Festejos Juninos aproveitou a coincidência com outros Encontros de Pesquisa em Comunicação e abordou uma subárea da mesma, a Folkcomunicação.

Será por que possui um dos grupos de pesquisa na área mais renomados internacionalmente?

A primeira atração junina que vi foi na abertura do Encontro de Comunicação. O grupo de Tradições Populares Acauã da Serra, que existe há quase 50 anos e coleciona prêmios em festivais europeus deu uma mostra da sua pesquisa de repertórios de ritmos de música e dança próprios da cultura popular nordestina. O grupo é coordenado também por professores da UEPB.


Ou será simplesmente porque ela sabe dar visibilidade ao que tem?

O governo e a Universidade em Campina Grande trabalham numa simbiose invejável para fazer do São João da cidade um evento grandioso. O diálogo entre ambas, e da Universidade com a cultura popular acabam vendendo a marca do São João para o restante do Nordeste e do país de uma maneira muito estratégica, do logo de havaianas ao fomento de encontros científicos.


Melhor ou maior? Minha personalidade anti-multidão, pelo menos, me fez trocar o último dia de Parque do Povo, por uma festa caseira numa república. A fogueira de São João não era tão grande quanto a do lado da Igreja do Parque do Povo, mas por queimar de verdade, deu para todos fazerem seus pedidos enquanto jogavam seus mini-fogos de artifício esperando acendê-los, e assim, realizar um desejo, quem sabe? Na minha vez, a bombinha demorou, mas rodopiou luzes duas vezes seguidas. “Melhor” - desejei.

Texto: Ludmila Monteiro

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2 comentários:

Unknown disse...

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6 de dezembro de 2010 às 12:46
Administrador de Viagens disse...

Vai por mim, São João de Campina é o melhor e mais autentico. Penso que Ivete Sangalo tem forte identidade com a cultura nordestina, mas nada tem a ver com a festa junina a não ser pelo fato de ser nordestina. Essa é uma das opções do São João de Caruaru, sem falar em Michel telo. É uma estratégia agressiva pra atrair as massas que com certeza traz resultado mas que por outro lado descaracteriza o evento.

Em Campina no ano de 2012 foi dada uma maior enfase aos artistas locais, paraibanos, nordestinos e que orbitam o gênero musical que da o tom da festa; FORRÓ.

30 de maio de 2012 às 15:21

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