22 de jun. de 2010

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Distribuição via download na Internet: o novo vilão da música ou da indústria fonográfica?

           Há algum tempo a indústria fonográfica reclama da distribuição ‘pirata’ de discos, que muito a prejudica. Agora, mais um inimigo tão forte quanto aquele é o compartilhamento de músicas na internet via downloads. As gravadoras e distribuidoras sofreram um impacto negativo principalmente no número de venda de CDs e DVDs.
O problema ganha uma dimensão diferenciada, se analisarmos que a própria forma de consumir música vem sofrendo grandes mudanças desde o século passado: das partituras aos vinis; estes aos CDs e – na virada do milênio – ao formato mp3. Essa mesma indústria faturou milhões com o vinil, e com a mudança desde para cd (que possuía qualidade superior, sem riscos). A música nunca esteve tão em alta. A indústria fonográfica, ao contrário, está em crise e culpar novas tecnologias ou formas de consumo não é nada mais que admitir que até agora não soube tirar proveito da situação. Talvez nunca consiga.
Muita gente tem com seguido lidar com essa situação. É só observar como têm feito muitas bandas de forró, na região nordeste. Todos os shows são gravados em notebooks pelos organizadores de shows, casas de eventos ou pelas bandas, e depois o material gravado é distribuído, sem muita edição. Os próprios “gravadores autônomos” repassam a produção para vendedores ambulantes, que vendem juntamente com CDs piratas, ou para as próprias bandas, que distribuem “gratuitamente” na aquisição de ingressos para os shows, ou disponibilizam para download em sites na web, logrando conhecimento da banda por novos fãs e, consequentemente, um número maior de shows.
         Nessa forma de produção e distribuição não existe pirataria, e um marketing rentável e uma forma de profissionalização surgiu na venda de um produto barato, por um consumidor que se identifica e que consome uma quantidade maior de produtos que tem uma espécie de “data de validade”.
         Produzir (e distribuir) música nunca foi tão fácil e barato. Qualquer pessoa com pouco conhecimento na área e em informática tem capacidade de “entrar no ramo”. E tem muito músico de fundo de quintal ganhando fama e fazendo sucesso a partir dessa lógica. Discutir qualidade... é outra história!
         Como coloquei antes, a qualidade pode não existir, mas isso é cada vez mais relativo, pois a própria tecnologia disponibiliza na internet informações especializadas para qualquer profissional que queira fazer música de qualidade, além de softwares, instrumentos virtuais, placas de som, que auxiliam a fazer música, ou ainda na divulgação dos materiais produzidos, como Myspace, Youtube, Twitter, Facebook, Orkut, Palcomp3, etc.
         E gosto não se discute! 
Texto: Renan Marques

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