22 de jun. de 2010

Praça, casa, praia e música

Saiba os preparativos e a história do festival Rock na Praça

A cena com a qual iniciamos a presente matéria é até bastante comum entre a juventude brasileira apaixonada por rock: Estamos em Teresina, meados de 2005, e uma banda formada por cinco amigos está reunida na casa de um dos integrantes. Ensaiar, já há algum tempo tornara-se repetitivo, e ter como único ouvinte o cachorro do vizinho, definitivamente, já não era uma situação estimulante. O desespero por serem vistos por outros ares, outros públicos começa a aumentar mais e mais “precisamos sair da garagem!”, extravasa um deles. 




Sim, o cenário é bastante familiar para quem está formando a primeira banda, ou já toca há algum tempo. A diferença é que os cinco rapazes em questão não se resignaram com a falta de espaço para tocar e colocaram as caras (e instrumentos) no mundo. Munidos de amplificadores, guitarras e uma bateria arranjada de ultima hora, a banda “SR Wilson” atravessou a rua em direção a praça mais próxima, ligou os amplificadores e começou a tocar até que alguém os ouvisse. O alguém rapidamente tornou-se muitos, e ao fim de uma hora de música, dezenas de pessoas já acompanhavam o primeiro “show” do grupo. Assim, de forma tão natural como é a busca pela boa música para o ser humano, nascia um dos mais famosos eventos de rock alternativo em Teresina: o Rock na Praça.

Antonio Sales Neto era um dos jovens músicos responsáveis por iniciar o evento, a banda, hoje virou uma produtora, a “Satisfaction Produções” e o Rock na Praça se estabeleceu na cena underground de Teresina. “Foi muito engraçada a maneira que tudo começou. Na primeira vez, umas 20 pessoas apareceram pra ver a gente tocando, na segunda já eram 500. Hoje já estamos na 12ª edição do rock na praça, e o próximo vai ser um especial de aniversário de 5 anos. Estamos escolhendo a dedo as atrações, tudo de graça, e quem for não vai se arrepender”, promete o baixista que, atualmente, também toca na banda Radiofônicos.



O maior beneficiado com isso parece ser o público, que tem a oportunidade de assistir ao que o rock de Teresina está produzindo de novo, e o principal, para quem gravita na faixa entre os 17 e 22 anos, sem ter que pagar nada por isso. “Acho que fui em quase todos os Rocks na Praça desde a criação e eu nunca me canso. É super interessante assistir a boa música num espaço que, aqui em Teresina, normalmente é tão mal utilizado. Hoje acho que acontecem uns dois por ano, mas se tivessem mais, eu também iria”, afirma a estudante universitária Priscila Lima. 

 
Sr. Wilson
 
 
 Eventos de espírito livre como o Rock na Praça parecem ser rapidamente abraçados pela juventude da capital piauiense Tanto que não é mais só na praça que se faz rock, a Satisfaction Produções cresceu, deu origem a Lorottas produções e hoje as duas produtoras “irmãs” são responsáveis pela organização de 3 eventos de  média proporção no Estado. “Além do primeiro que foi o Rock na Praça, nós também produzimos o Rock na Casa e o Rock na Praia em Luís Correia. Os dois primeiros acontecem duas vezes ao ano, o terceiro uma, perto do réveillon, e a tendência é fazê-los crescer mais e mais”, explica Antonio Neto. “Hoje nós temos espaço pra tocar, mas continuamos a produzir esses eventos, sempre pensando em dar um espaço legal pra quem ta começando no rock local”, encerra o músico. E salve o rock piauiense.

Texto: Filipe Poty
Imagens: Arquivo Pessoal

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