20 de jun. de 2010
Seu Almir quer o Hexa
“Só teve um lugar no mundo inteiro, onde o Brasil venceu a França em 2006... e esse lugar foi o Saci”. É com essa frase de efeito, e um sorriso de incredulidade no rosto, que o funcionário público Laerte Magalhães responde a minha ingênua primeira pergunta a respeito da qualidade das festas que animam o tradicional bairro Saci da zona sul teresinense após as vitórias, e também derrotas, da seleção brasileira em copas do mundo.
Sustentando uma próspera barriguinha de casado na meia-idade e óculos de armação fina sobre o nariz, Laerte, nem de longe aparenta ser do tipo festeiro, mas pelo visto as aparências podem enganar quando o assunto é copa do mundo. “Aqui no saci as coisas são diferentes, a energia, é simplesmente outra. Se você vai em outras partes de Teresina, normalmente o pessoal assiste o jogo em casa, com a família, no máximo alguns amigos, e depois todos continuam lá, fechados. Aqui não. Nós confraternizamos juntos, o bairro inteiro vira uma festa e eu sou presença garantida com meu paredão de som”, orgulha-se o teresinense de 35 anos, morador do Saci a 15 e, sim, proprietário de um paredão de som, uma aparelhagem de som de tamanho grande semelhante à um trio elétrico que as pessoas acoplam no carro.
As festas no Saci, apesar de famosas, não são coisa antiga, sempre houve comemorações após as partidas da seleção, mas somente a partir última copa, onde o Brasil foi eliminado (menos no Saci) pela França, é que o volume de pessoas aumentou consideravelmente. Hoje são milhares os torcedores que ocupam a avenida principal do bairro nos dias de jogo em busca de diversão, e, por que não? De um algo mais. “Eu moro na zona leste, mas desde 2006 venho pro Saci depois de todos os jogos”, considera com dificuldade, devido ao seu estado etílico, o torcedor Bruno Nogueira de 19 anos. “Acho super interessante a gente ter esse lugar pra curtir junto a vitória da seleção, no meu bairro não tem nada parecido com isso. Sem falar que a mulherada aqui é nota 1000”, completa o estudante universitário.
Apesar do clima de alegria geral que o Bairro emana em dia de jogo, nem tudo é só festa. Muitos comerciantes do local aproveitam para ganhar dinheiro, e fazem até plantão para faturar alguma coisa a mais com a paixão nacional. Almir Nunes é proprietário de um mercadinho na avenida principal , e espera avidamente pelas partidas da seleção, não só com interesse de torcedor. “Dia de jogo é dia de jogo. Na hora tudo bem, fico vidrado na televisão, mas depois, o Brasil ganhando ou perdendo, é trabalho duro até quando pudermos. O faturamento chega a dobrar.”, explica sem esconder a satisfação. “E vamos torcer pelo Brasil, que se deus quiser ainda temos mais 6 jogos pela frente.”, completa.
Texto: Filipe Poty
Fotos: Vooz.com
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